top of page
Buscar
  • Foto do escritorPormundo

Literatura de Cordel é utilizada para sensibilizar sobre a violência contra mulher no Ceará




O Projeto “Mulher de Lei – pelo Enfrentamento à Violência Doméstica”, idealizado pelos músicos Tião Simpatia e Naná Jucá, tem o objetivo de apresentar a Lei Maria da Penha em forma de cordel na rede pública de ensino, enquanto instrumento lúdico e pedagógico, com o objetivo de divulgar a Lei n° 11.340/2006 – Lei Maria da Penha, que coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. O projeto foi lançado em 21 de agosto de 2009, com a 1ª edição do Show Mulher de Lei, no Centro Dragão do Mar em Fortaleza, que um ano depois daria origem ao DVD Mulher de Lei, composto de 13 faixas, todas focadas na valorização da mulher, com ênfase na Lei Maria da Penha.


O projeto é desenvolvido em parceria com o Instituto Maria da Penha – IMP e a Coordenadoria Especial de Políticas para Mulher do Estado do Ceará – CEPAM, e tem como raio de ação o Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, através da música e da literatura de cordel. O projeto tem sido desenvolvido em cidades do Ceará.


O músico Tião Simpatia compôs um cordel sobre o Laço Branco, que nós compartilhamos abaixo.


Para saber mais sobre o projeto Mulher de Lei, aqui.


Cordel do Laço Branco

Autor: Tião Simpatia

I Colocar o Laço BrancoÉ mais que uma atitudeÉ um ato de consciênciaDo homem que tem virtudeE a paz sempre procuraPois não se muda a culturaSem que a cabeça mude.


II Historicamente o Brasil

É um país patriarca lNão diferente de outrosNo contexto mundialSó pra exemplificarNesse cordel vou contarO que houve em Montreal.

IIIO fato que vou narrarAinda hoje comovePessoas no mundo todo,É algo que nos envolvePelo que li e me lembroDeu-se em seis de dezembroDo ano de oitenta e nove.

IVNa Escola PolitécnicaDa cidade referidaCapital do CanadáRevelou-se um homicidaNum ato frio e covardeEntrou sem fazer alardeE disparou em seguida.

VO seu alvo era as mulheresDo curso de engenhariaSuas colegas de classeContra as quais disparariaA chacina concluída14 perderam a vidaNaquele sangrento dia.

VIApós o ato covardeEle se suicidouO motivo da barbárieNuma carta ele deixouPois não admitiriaMulher cursar engenhariaE por isso as matou.

VIIUm curso tradicionalPelos homens dominadoFez com que Marc LepineSe sentisse incomodadoCom a presença femininaEm sua mente assassinaJá tinha um plano traçado.

VIIIMandou que saíssem os homensQuarenta e oito, totalE começou a tirarCom sua fúria brutalSem dar defesa nenhumaExecutou uma a umaE a si próprio no final.

IXO crime mobilizouA toda sociedadeGerando vários debatesSobre a tal desigualdadeEntre homens e mulheresSurgiam os caracteresDa palavra “Equidade”.

XA Equidade de GêneroQue hoje é tão discutidaGanhou força nos debatesPassou a ser mais conhecidaNo Canadá e no mundoApós o golpe profundoDado por esse homicida.

XIEm repúdio ao ato extremoOs homens se organizaramE como símbolo de lutaO Laço Branco criaramPara relembrar a data,Não pelo psicopata,Mas, as vítimas que tombaram.

XIILançaram, assim, a primeiraCampanha do Laço Branco(White Ribbom Campaign)Em inglês, pra ser mais franco.Pra barrar a violênciaQue desce com truculênciaComo pedra em barranco.

XIIINo Continente AsiáticoLogo fizeram adesão:A Índia e o VietnãSeguido pelo JapãoA terra do sol nascenteDiante do incidenteÀ barbárie, disse não.

XIVO Continente EuropeuTambém adere à campanha:Noruega, DinamarcaSuécia, Bélgica e EspanhaInglaterra, PortugalTambém dão exemplo igualFinlândia e Alemanha.

XVNo Continente AfricanoA luta ganhou espaçoMarrocos, Quênia, NamíbiaCada um deixou seu traçoDiálogo é o melhor remédioE até no Oriente Médio,Israel usou o Laço!

XVIA Austrália aderiu.E nos Estados UnidosMilhares de Laços BrancosForam então distribuídosEm praças e residênciasTrocando as experiênciasCom os países envolvidos.

XVIINo Brasil, o Laço BrancoChegou oficialmenteSomente em 2001Também não foi diferenteDos países já citadosMuitos foram os resultadosTidos até o presente.

XIIISó um fato importante,Agora para encerrar:No Brasil, nossas mulheresTambém não podiam cursarO Nível SuperiorSub a Lei e seu rigorResguardavam-se ao lar.

XIXEm dezoito, vinte e sete (1827).As primeiras FaculdadesDe Direito do BrasilNão davam oportunidadesPra mulher cursar DireitoEra grande o preconceitoGerando as desigualdades

XXSomente em Setenta e NoveDaquele Século correnteAs mulheres brasileirasPodem cursar finalmenteO Nível SuperiorEis que a palavra Doutor/aGanha um (a) a mais na frente!

XXIQue não se repitam maisAs barbáries de outroraComo houve em Montreal,Nova Iorque, que imploraO perdão por suas filhasCarbonizadas nas trilhasDo progresso que explora.

XXIIUsemos o Laço Branco,Homens de boa vontade!Esse gesto é simbólicoMas mostra a sociedadeQue uma cultura de pazA gente mesmo é que fazCom respeito igualdade.

Fim

0 visualização0 comentário

Comentários


bottom of page