Nos dias 20 e 26 de março, o Promundo realizou oficinas de capacitação com cerca de 50 lideranças comunitárias para pr0omover a prevenção da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes (ESCCA).
A ESCCA é bastante comum em espaços populares e muitas vezes é silenciada pelo medo ou por moradores acharem que não devem se envolver por muitas vezes os agenciadores serem a própria família da vítima. As oficinas buscaram desmistificar esses tabus e esclarecer o conceito de exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, apontando as diferentes formas de troca comercial por sexo e alguns caminhos para o combate à ESCCA.
Os participantes das oficinas são lideranças comunitárias que fazem parte da Rede de Comunidades Saudáveis, uma rede que trabalha realizando prevenção ao HIV/ Aids, doenças sexualmente transmissíveis e na promoção da saúde. São pessoas de referência em seus territórios e que serão promotores da prevenção à ESCCA.
Cada participante receberá materiais desenvolvidos especialmente para este projeto: um álbum seriado informativo para abordagem com o público, revistinhas em quadrinhos com história sobre o tema e pulseiras que representam o compromisso na prevenção à exploração sexual.
“Nós vamos realizar rodas de conversa com responsáveis de crianças que participam de projetos sociais na comunidade e pretendemos levar a discussão também para a reunião da creche e da escola”, disse Zoraide Ferreira, liderança comunitária do Morro dos Prazeres.
Já Márcia Helena, do Morro dos Macacos, disse que a prevenção à ESCCA só vem complementar o trabalho que já realizam na comunidade por meio do Camelô Educativo, uma metodologia adotada pela Rede de Comunidades Saudáveis, que é uma espécie de stand que disponibiliza materiais informativos e onde as lideranças abordam o público sobre prevenção, distribuição de preservativos e outros temas relevantes para a comunidade.
Os materiais produzidos reforçam a ideia de mobilização comunitária para a prevenção da exploração sexual, convocando todos e todas a estarem atentos às violações contra crianças e adolescentes. Outro aspecto importante que o material aborda é a importância em não se culpabilizar crianças e adolescentes, uma vez que o que permite que estejam na situação de exploração sexual não é sua vontade, mas a imensa vulnerabilidade social em que estão sujeitos.
“Essa oficina nos trouxe mais conhecimentos para juntos com toda a sociedade buscarmos soluções que possam proteger nossas crianças e adolescentes”, disse Sonia Regina da Silva, do Morro do Urubu.
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