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Convencendo a outra metade dos homens: Entrevista com Nikki van der Gaag no Dia Internacional da Mulher

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, conversamos com Nikki van der Gaag sobre a importância de se envolver os homens no feminismo.



Nikki van der Gaag é Colaboradora Sênior do Promundo. Ela é consultora na área de gênero em desenvolvimento, com especial foco em meninas, homens e igualdade de gênero. Ela é co-autora do primeiro relatório “A Situação da Paternidade no Mundo“, de 2015. Seu mais recente livro é “Feminismo e Homens” (“Feminism and Men“. Zed Press, 2014). Ela também é autora de “O Guia Não-Sem Noção para os Direitos das Mulheres” (“The Non-Nonsense Guide to Women’s Rights“. New Internationalist / Verso, 2008), e de seis relatórios “A Situação das Meninas no Mundo” (“State of the World’s Girls“) da Plan International, incluindo um sobre meninos e igualdade de gênero. Ela é membro do Advisory Board for Young Lives, um estudo da Universidade de Oxford sobre a pobreza infantil; diretora da Just Change Reino Unido; e agente fiduciária do conselho da revista Great Men Initiative and New Internationalist.


O que você gostaria que todos soubessem no Dia Internacional da Mulher?


Que, mesmo que às vezes, possa parecer que estamos dando dois passos pra frente e um passo para trás, a maré está começando a virar. As mulheres e os homens precisam estar ao lado uns dos outros e celebrar as muitas mudanças positivas que foram alcançadas – e ao mesmo tempo continuar a ser realista sobre o que ainda precisa ser feito.

O que a mobiliza na luta pela igualdade de gênero, e qual é o seu desejo para o alcance da equidade?


Eu tenho sido uma feminista desde minha adolescência, e tenho trabalhado com gênero e direitos das mulheres há mais de 25 anos. A primeira vez que ouvi sobre o trabalho do Promundo foi no início de 2000, quando eu trabalha com homens e HIV no Panos Institute. Isso começou a me fazer pensar qual o papel que os homens podem e devem ter na promoção da igualdade de gênero: poderíamos, como feministas, continuar vendo os homens como o problema ao invés de parte da solução? Então, em minhas viagens, escrevendo sobre e trabalhando com mulheres e meninas, comecei a notar os homens, e em especial os meninos, que queriam saber o que estava acontecendo e por que eles não estavam envolvidos. Comecei a falar com eles, e, em 2010, propus à Plan Internacional, escrever o relatório State of the World’s Girls (Situação das Meninas no Mundo), incluindo meninos e igualdade de gênero. O Conselho Editorial Consultivo teve representantes do Promundo, Laço Branco, e organizações similares. Eu nunca tinha escrito sobre homens em meu trabalho sobre as mulheres e meninas até então. Meu desejo? Continuar a trabalhar por uma definição mais ampla e menos binária da igualdade de gênero, para que possamos realmente avançar juntos para mudar o mundo.


Qual é o maior desafio que enfrentamos para alcançar a igualdade de gênero, e quais são algumas das principais estratégias para atingir esse objetivo?


Eu acho que nós não podemos separar o trabalho com homens e igualdade de gênero da justiça de gênero, tendo em vista o contexto mais amplo de desenvolvimento. Precisamos continuar a ouvir o que as mulheres e homens no nível local têm a dizer, e trabalhar com eles em pequenas e grandes estratégias.

Continua a ser um grande desafio convencer mais do que um número relativamente pequeno de homens sobre a necessidade de se tornar parte do movimento pela igualdade de gênero. Então, nós também precisamos trabalhar com homens em posições de poder para reforçar a ideia feminista de que o pessoal é político. A influência das religiões fundamentalistas no sexo é outro problema crescente que também tem de ser resolvido, como é a epidemia contínua de violência contra mulheres e meninas.


Conte-nos um pouco sobre o seu papel como parte Colaboradora Sênior do Promundo.


Isto ainda é muito novo para mim, e de muitas maneiras é simplesmente uma extensão do que eu tenho feito por muitos anos: promover as ideias e o trabalho de Promundo, Sonke Gender Justice, e uma gama de outras organizações importantes que trabalham com homens e igualdade de gênero nos meus escritos, em negociações, e em oficinas.


Como trabalhar com homens e meninos pode ajudar a promover a realização social, econômica, cultural e política das mulheres?


Ao mesmo tempo em que o trabalho que as mulheres têm feito nas últimas décadas deve continuar, incluindo espaços e recursos reservados para esse trabalho, estou convencida de que precisamos envolver os homens se quisermos alcançar um mundo mais justo.

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