A campanha Ring the Bell (“Dê um toque” no Brasil) será lançada mundialmente no dia 8 de março e tem como meta reunir, até novembro, 1 milhão de promessas feitas por homens a se engajarem em ações tangíveis de prevenção à violência
Rio de Janeiro, 4 de março — Neste momento, uma onda mundial, alimentada por protestos sem precedentes na Índia, está crescendo para apoiar o fim da violência contra mulheres. Para levar esse movimento a frente, a Breakthrough, uma organização global que atua pela garantia dos direitos humanos, anuncia hoje o lançamento da campanha global “Ring the Bell”, que será levada a cabo no Brasil pelo Instituto Promundo, com o nome “Dê um Toque”. O objetivo da campanha é engajar homens na luta pelo fim da violência contra mulheres. Entre 8 de março e 25 de novembro, a “Ring the Bell” irá reunir 1 milhão de promessas feitas por homens comprometendo-se a realizar ações concretas para construir um mundo mais seguro para mulheres e meninas.
A campanha global será lançada oficialmente no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, durante a 57ª sessão da Comissão sobre o Status das Mulheres da Organização das Nações Unidas (ONU), que irá focar na prevenção da violência contra mulheres em todo o mundo. Ações coordenadas de comunicação em tempo real e através das redes sociais irão acontecer em Délhi, Joanesburgo, Nova Iorque e Rio de Janeiro, convocando os homens a fazerem barulho para interromper ou desafiar a violência contra mulheres.
A campanha global “Ring the Bell” teve início na Índia, em 2008 com o nome “Bell Bajao” (“Ring the Bell” em Hindu). Consistiu em uma campanha multimídia e de ação direta chamando os homens para tocar a campainha – no sentido literal ou figurado – para interromper a violência doméstica. “Bell Bajao” alcançou mais de 130 milhões de pessoas através da divulgação multimídia, além de 7,5 milhões de pessoas em campo, e treinou 75000 jovens para defender os direitos das mulheres. A campanha ganhou muitos prêmios pelo mundo, incluindo o Leão de Prata em Cannes, e foi adaptada na China, Vietnã, Paquistão, entre outros. “Bell Bajao” conseguiu com sucesso desafiar normas e transformar comportamentos, ajudando a colocar a violência doméstica como assunto público e responsabilidade coletiva.
Em parceria com a Clinton Global Initiative, a campanha está sendo lançada mundialmente – e expandindo seu foco. “A violência contra mulheres e meninas é a violação de direitos humanos mais difundida e socialmente tolerada. Contar apenas com as leis não é suficiente. Ações coletivas para transformar normas são o único caminho para por fim à violência contra mulheres e construir lares, famílias e nações seguras e prósperas”, diz Mallika Dutt, presidente e CEO da Breakthrough. “Precisamos usar esse momento para deixar clara a conexão entre inequidade de gênero em casa e violência contra mulheres nos espaços públicos. E – como aqueles que foram às ruas em Dheli – mais e mais homens devem ser parceiros e líderes pelo fim da discriminação e violência em suas próprias casas e círculos sociais.”
Lideres mundiais como o Secretário Geral da ONU Ban Ki-Moon já aderiram à campanha. “Dê um Toque” pede aos homens que se comprometam a se manifestarem contra a violência em suas casas, comunidades e locais de trabalho para difundir a mensagem que a violência contra mulheres é inaceitável, para defender novas políticas no local de trabalho, que foquem na segurança e proteção das mulheres e/ou ofereçam recursos corporativos e expertise em outros tipos de suporte para gerar conhecimento e ação.
A violência contra mulheres é uma pandemia mundial:
• Mundialmente, pelo menos uma entre três mulheres e meninas é espancada ou sexualmente abusada durante algum momento na vida;• Seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica;• Mais de 600 milhões de mulheres vivem em países onde a violência doméstica não é um crime;• O Ligue 180 registra 53% de risco de morte em relatos de violência contra as mulheres;• Em aproximadamente um terço dos homicídios femininos, as vítimas são mortas por parceiros íntimos;• Uma mulher é agredida, normalmente por um parceiro, a cada 15 segundos nos EUA;• Mulheres entre 15 e 44 anos correm maior risco de serem estupradas ou sofrerem violência doméstica do que os riscos de desenvolver câncer, envolver-se em acidentes de carro, guerra e contrair malária combinados;• A violência doméstica custa aos EUA mais de $ 9 bilhões por ano.
“Imagine um mundo no qual a violência contra mulheres e meninas é rara, inaceitável e considerada uma aberração”, diz Tatiana Moura, Diretora do Instituto Promundo. “Aqui, no Rio de Janeiro, podemos iniciar um ponto de transformação mundial, que irá tornar realidade aquele mundo.”
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Breakthrough (breakthrough.tv) é líder mundialmente reconhecida, na promoção criativa e inovadora dos direitos humanos e da transformação social. Trabalhando a partir de sedes nos EUA e na Índia, a organização cria cultura popular de vanguarda, incluindo jogos online e clips inovadores, desenvolvidos para colocar as questões e valores dos direitos humanos em pauta. Essas campanhas multimídia – em conjunto com nossos treinamentos de jovens em profundidade, funcionários públicos, e grupos comunitários – despertou novas gerações de líderes para agir por direitos humanos locais e mundiais. Por mais de uma década, abordamos assuntos cruciais, incluindo violência contra mulheres, direitos dos imigrantes, HIV/AIDS e justiça racial.
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Fundado em 1997, o Instituto Promundo é uma organização brasileira com escritórios no Rio de Janeiro, no Brasil, em Washington, DC, nos Estados Unidos e em Kigali, em Ruanda. O Promundo tem como missão a promoção de masculinidades e relações de gênero não-violentas e equitativas no Brasil e internacionalmente. Embora sejamos registrados como ONGs independentes em cada país, os três escritórios do Promundo atuam como uma organização, compartilhando a mesma missão, objetivos, comunicação e ações de advocacy. Ranking realizado pela organização Philantropedia, com avaliação de 77 especialistas, identificou o Promundo como a única instituição brasileira e a sétima entre 14 organizações destacadas mundialmente pelo trabalho de grande impacto no campo de prevenção à violência contra mulheres.
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